segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Herman Melville

Foi com o pseudônimo de L.A.V. que Herman Melville publicou, em 1839 uma composição intitulada Fragmentos Literários de uma Escrivaninha, trabalho com inclinações românticas e de cunho simples e um estilo ainda indefinido. Essa publicação não trouxe a Melville uma crítica positiva e resolve abandonar a cidade e o pseudônimo.
Assim, aos vinte anos e sem muitas perspectivas, no mesmo ano, é empregado, graças a seu irmão mais velho, no navio ‘St. Lawrence’, no qual embarca rumo a Liverpool. Anos mais tarde (1849) contaria no livro Redburn a decepcionante experiência dessa viagem em relação aos marujos grosseiros e a exaustão da vida a bordo.
Volta à sua Nova York natal, consegue aulas em um colégio que encerra as atividades algum tempo depois, vai para Albany para outro colégio, tenta a sorte no oeste e no final de 1840 retorna a Nova York, sem nenhum dinheiro o que o faz embarcar em um navio baleeiro. Observa aí aos arpoadores, especializados na caça à baleia, usarem arpões manuais o que não garantia a vitória na caça, pois o animal ferido podia ir-se pelo oceano. Outras, feridas de morte, eram atravessadas pela lança inúmeras vezes. Seu óleo era extraído ali mesmo no navio.
Toda essa experiência da luta dos homens contra a baleia calou fundo no espírito de Melville. Em julho de 1842 desembarca com um amigo na ilha de Nuku-Hiva e após ser abandonado por este, e com a perna ferida é resgatado um mês depois pelo Lucy Ann, um baleeiro australiano. As peripécias nesse navio, e a descrição do modo de vida dos nativos da ilha resultam no livro Typee, uma reportagem narrativa. Das experiências vividas em Papeete, no Taiti, após desembarcar do Lucy Ann, são revividas em seu livro Omoo em 1847.
Por conta das disputas entre ingleses, franceses e americanos sobre o Havaí e o Taiti, faziam os Estados Unidos manterem destacamento naval na primeira, o que incentivou Melville a alistar-se na marinha americana, e manter-se disciplinado para livrar-se dos castigos corporais infligido aos marinheiros e poder devorar os livros da biblioteca de bordo e escrever em 1850, White Jacket relatando o ambiente disciplinar muito rígido. No ano seguinte, na placidez da fazenda comprada em Pittsfield, ao lado da esposa e dos filhos, termina a história baseada nas experiências vividas no baleeiro Acushnet, contando as aventuras do Capitão Acab, louco de dor e solidão, comandante do baleeiro Pequod contra a baleia branca Moby Dick, obra recebida pela crítica como romance superficial.
Sua obra, pouco entendida na época pelo público em geral, compreende ainda Pierre ou as Ambigüidades, Benito Cereno, Contos da Praça, Homem-Confidência, Diário dos Estreitos, Do Alto de uma Casa, Réquiem, Clarel, Billy Bud.
Sua morte ocorrida a 28 de setembro de 1891 não foi publicada em nenhum jornal da época.

Fonte: http://www.hermanmelville-bio/.com

Giselda Laporta




Giselda Laporta Nicolelis, escritora e jornalista, nasceu em São Paulo. Estreou na literatura em 1974 e nunca mais parou de publicar livros. Já são mais de cem títulos lançados, o que representa milhões de exemplares vendidos em mais de trinta anos de atividade literária. Em vários gêneros, entre ficção, poesia e ensaio, suas obras são direcionadas ao público adulto, infantil e juvenil. Com uma linguagem clara, simples e objetiva, a autora tem conquistado muitos leitores.


Fonte: http://www.giseldasite.com.br

Guimarães Rosa




Foi o primeiro dos seis filhos de Florduardo Pinto Rosa ("Flor") e de Joanita Francisca Guimarães Rosa ("Chikuitita").
candidato, começou ainda criança a estudar diversos idiomas, iniciando pelo francês quando ainda não tinha 7 anos, como se pode verificar neste trecho de entrevista concedido a uma prima, anos mais tarde:
Eu falo: portugues, alemão, francês, inglês, espanhol, italiano, esperanto, um pouco de russo; leio: sueco, holandês, latim e grego (mas com o dicionário agarrado); entendo alguns dialetos alemães; estudei a gramática: do húngaro, do árabe, do sânscrito, do lituano, do polonês, do tupi, do hebraico, do japonês, do checo, dofinlandês, do dinamarquês; bisbilhotei um pouco a respeito de outras. Mas tudo mal. E acho que estudar o espírito e o mecanismo de outras línguas ajuda muito à compreensão mais profunda do idioma nacional. Principalmente, porém, estudando-se por divertimento, gosto e distração.
Ainda pequeno, mudou-se para a casa dos avós, em Belo Horizonte, onde concluiu o curso primário. Iniciou o curso secundário no Colégio Santo Antônio, em São João del-Rei, mas logo retornou a Belo Horizonte, onde se formou. Em 1925, matriculou-se na então "Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais", com apenas 16 anos.
Em 27 de junho de 1930, casou-se com Lígia Cabral Pena, de apenas 16 anos, com quem teve duas filhas: Vilma e Agnes. Ainda nesse ano se formou e passou a exercer a profissão em Itaguara, então município de Itaúna (MG), onde permaneceu cerca de dois anos. Foi nessa localidade que passou a ter contato com os elementos do sertão que serviram de referência e inspiração a sua obra.
De volta de Itaguara, Guimarães Rosa serviu como médico voluntário da Força Pública (atual Polícia Militar), durante a Revolução Constitucionalista de 1932, indo para o setor do Túnel em Passa-Quatro (MG) onde tomou contato com o futuro presidente Juscelino Kubitschek, naquela ocasião o médico-chefe do Hospital de Sangue. Posteriormente, entrou para o quadro da Força Pública, por concurso. Em 1933, foi para Barbacena na qualidade de Oficial Médico do 9º Batalhão de Infantaria. Aprovado em concurso para o Itamaraty, passou alguns anos de sua vida como diplomata na Europa e na América Latina.
No início da carreira diplomática, exerceu, como primeira função no exterior, o cargo de Cônsul-adjunto do Brasil em Hamburgo, na Alemanha, de 1938 a 1942. No contexto da Segunda Guerra Mundial, para auxiliar judeus a fugir para o Brasil, emitiu, ao lado da segunda esposa, Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, mais vistos do que as cotas legalmente estipuladas, tendo, por essa ação humanitária e de coragem, ganhado, no pós-Guerra, o reconhecimento do Estado de Israel. Aracy é a única mulher homenageada no Jardim dos Justos entre as Nações, no Yad Vashem que é o memorial oficial de Israel para lembrar as vitimas judaicas do Holocausto.
No Brasil, em sua segunda candidatura para a Academia Brasileira de Letras, foi eleito por unanimidade (1963). Temendo ser tomado por uma forte emoção, adiou a cerimônia de posse por quatro anos. Em seu discurso, quando enfim decidiu assumir a cadeira da Academia, em 1967, chegou a afirmar, em tom de despedida, como se soubesse o que se passaria ao entardecer do domingo seguinte: "…a gente morre é para provar que viveu."[1] Faleceu três dias mais tarde na cidade do Rio de Janeiro, em 19 de novembro. Se o laudo médico atestou um infarto, sua morte permanece um mistério inexplicável, sobretudo por estar previamente anunciada em sua obra mais marcante — Grande Sertão: Veredas —, romance qualificado por Rosa como uma "autobiografia irracional". Talvez a explicação esteja na própria travessia simbólica do rio e do sertão de Riobaldo, ou no amor inexplicável por Diadorim, maravilhoso demais e terrível demais, beleza e medo ao mesmo tempo, ser e não-ser, verdade e mentira. Diadorim-Mediador, a alma que se perde na consumação do pacto com a linguagem e apoesia. Riobaldo (Rosa-IO-bardo), o poeta-guerreiro que, em estado de transe, dá à luz obras-primas da literatura universal. Biografia e ficção se fundem e se confundem nas páginas enigmáticas de João Guimarães Rosa, desaparecido prematuramente aos 59 anos de idade, no ápice de sua carreira literária e diplomática.


Fonte: http://www.guimaraesrosa.com.br